Hoje
minha mãe Maria Dalva faria 83 anos... nos deixou há 1 ano e sete
meses... lúcida e no comando de tudo, mesmo depois de um AVC em que
se recuperava … Agradeço a oportunidade de ter cuidado dela nos
últimos dias, de vê-la recuperando, e conhecendo um lado meu que
ela afirmava para todos não conhecer, me disse várias vezes durante
aqueles dias: “filha acho que você pode ter outra profissão”,
acho que ela não via muito futuro no jornalismo. Minha decisão
naquele momento, outubro de 2013, era ficar cuidando dela em primeiro
lugar, e encaixar meu trabalho de webjornalismo, fotografia e
vídeo... A mulher corajosa, empreendedora, inteligente que queria
ser arquiteta, uma artista no bordado, não fraquejava nem com a
perda de seu grande amor, meu amado pai, que nos deixara 3 anos
antes. Emagreceu 10 quilos em poucos meses, mas se manteve firme,
independente, comandando tudo, fazendo-nos fortes também para
acompanhá-la...Fez tudo por nós e muito mais...de maneira muito
peculiar respeitou sempre nossas decisões na vida, mesmo não
concordando com muitas delas...Acompanhava meu trabalho nos programas
de televisão, matérias de jornais… mas no fundo queria que eu
tivesse um trabalho que me desse mais segurança...Era uma mulher
severa, austera, sincera, justa, inteligente, criativa... que mesmo
morando no interior fez questão de dar uma educação superior a
todos os 7 filhos, uma mulher extraordinária...Devo tudo que sou a
ela e a meu pai, sua herança, a verdadeira herança, seus valores, sua honestidade e
seu amor incondicional pelos filhos...Como ela venceu...como foi
longe em todos os sentidos...teve a morte que quis, pois estava em
casa, a casa que ela planejou e construiu com meu pai, nos meus
braços, com minha irmã e um irmão, naquele dia ela disse que
queria ir para casa e assim foi...Ela não merecia sofrimento e
nunca quis ficar dependente...Fui me despedir dela sem saber nas
últimas férias com meus filhos, 15 dias de chuva ininterrupta na
cidade de Piumhi, quando quase terminamos um quebra cabeças de 1000
peças... e depois na volta de um trabalho na Argentina, quando ficou
orgulhosa das fotografias e vídeos que fiz por lá... Pude sair com
ela, visitar pessoas, conversar na varanda, aliás há anos minha ida
a minha cidade natal era sempre para estar ao lado de meu pai e minha
mãe...um mês depois dessa visita, em Florianópolis, eu recebia a
notícia do AVC... e ainda pude ficar com ela nos últimos dias antes
dela ir embora... Me lembro dela lúcida não querendo dar trabalho a
ninguém, como se cuidar de alguém que se ama e que sempre cuidou dos filhos
fosse trabalho... tive esta felicidade, que ninguém me tira... minha
amada mãe... Maria Dalva... era prá me despedir... Me lembro dela
todos os dias de minha vida... Agradeço o privilégio de conviver
com esta mulher maravilhosa, exemplo de força e perseverança para
nossa família. Obrigada, querida Mãe!
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Vinícius de Moraes
terça-feira, 19 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
Já que o dia é das mães
Ser mãe
fez minha vida valer a pena.
Obrigada a essas duas criaturas tão queridas,
Lucas Lobato e Mateus Lobato
Em homenagem à minha querida mãe, Maria Dalva, com gratidão pelo tempo plenamente vivido, cheio de ensinamentos, generosidade, alegria e solidariedade. Grata e orgulhosa de ser sua filha, com a certeza de que ela vive em mim.
Já que o dia é das mães, deixo um abraço bem forte para todos os amigos e amigas, que assim como eu, não tem mais a mãe por perto para abraçar.
E mais do que tudo, um abraço bem demorado em todas as mães que já não tem algum de seus filhos por perto para beijá-las.
Mães e filhos que vivem de boas lembranças, mas nunca deixaram de sentir a maternidade. Uma vez mãe, eternamente mãe. Haja o que houver.
Um beijo especial nas minhas tias madrinhas Terezinha, Ilda, e, tia Iolanda.
Homenagem para todas as mães do mundo
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Carlos Drummond de Andrade Para Sempre
Para Sempre
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe "e Pai" * na sua graça,
é eternidade.
- mistério profundo -
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
* grifo meu
* grifo meu
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