sábado, 11 de abril de 2009

Feliz Páscoa! Páscoa: as muitas travessias


"Páscoa é dizer sim ao amor e a vida; é investir na fraternidade, é lutar por um mundo melhor, é vivenciar a solidariedade. A Páscoa sempre traz uma mensagem de paz, esperança e amor.”
Feliz Páscoa! Páscoa: as muitas travessias
Leonardo Boff

A Páscoa é festa central para judeus e cristãos. Ela celebra -
celebrar é atualizar - ... Como em todas as passagens há ritos,os
famosos ritos de passagem tão minuciosamente estudados pelos antropólogos.

Em toda passagem há um antes e um depois. Há uma ruptura. Os que fazem
a passagem se transformam... Se bem repararmos, toda a vida humana
possui estrutura pascal.

Toda ela é feita de crises que significam passagens e processos de
acrisolamento e amadurecimento. Tomando o tempo como referência,
verifica-se uma passagem da meninice à juventude, da juventude à
idade adulta, da idade adulta à velhice (hoje prefere-se a terceira idade) e
da velhice para a morte e da morte para a ressurreição e da ressurreição para o inefável mergulho no reino da Trindade, segundo a crença dos cristãos.

São verdadeiras travessias com riscos e perigos que este fenômeno existencial implica. Há travessias que são para o abismo, há outras que são para a culminância. Mas a páscoa traz uma novidade, tão bem intuída pelo filósofo Hegel, numa sexta-feira santa no Konvikt de Tübingen (seminário protestante) onde estudava. A páscoa nos revela a dialética objetiva do real: a tese, a antítese e a síntese. Viver é a tese. A morte é a antítese. A ressurreição é a síntese.

A síntese é um processo de recolhimento e resgate de todas as negatividades dentro de uma outra positividade superior. Assim que o negativo nunca é absolutamente negativo, nem o positivo é somente positivo. Ambos se contem um ao outro, encerram contradições e formam o jogo dinâmico da vida e da história. Mas tudo termina numa síntese superior.

Talvez esta seja a grande contribuição que a páscoa judaico-cristã
oferece aos que se afligem e se interrogam sobre o sentido da vida e
da história. O cativeiro não tem a última palavra, mas a libertação,
a morte não detém o sentido das coisas, mas a vida e a ressurreição.

Assim a história estará sempre aberta. Com razão nos dizia o poeta e
profeta Dom Pedro Casaldaglia: depois da síntese final da páscoa de
Cristo não nos é mais permitido viver tristes. Agora a verdadeira
alternativa é: ou a vida ou a ressurreição."

Boa Páscoa.

Vamos todos ressuscitar.
Um abraço

enviada por: Renato César Ferreira, em 11 de abril de 2009
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